Manifesto à juventude

Para onde foram
os anos de minha juventude?
Transportaram-se à marte?
Bomboleiam saturno?
Mergulharam o oceano nebuloso
todo-poderoso-amem?
Escorreram pelas quinas?
Espreitaram trincheiras fundas
bradando: mata-ou-morre.
dobraram-se sobre si mesmos
como origamis kamikazes
ensaiando o vôo e a queda?

Quem dirá do tempo
ás tuas longas histórias?
Faixas brancas na areia estelar,
retratos singulares de janelas
suspensas no todo cosmos.
A quem interessa ás pegadas
do moço astronauta desbravador
de distâncias, linhas e rugas?
Do semblante vil
e paradoxal do artista?
Da altura inabalável das montanhas?

Para onde escaparam
os dias brandos?
Refletem-se no grisalho
das mães-paraíso-eterno?
Engalfinham-se aos pares?
guerreiam entre si
o tempo e a memória?
Por quais bandeiras?
Brancas? Negras?
E o amor, os afagos?
Operam sobre quais tratados?

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