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Mostrando postagens de junho, 2023

o frio que se move

o deslizar do meu corpo gelado em oposição a bala solitária que me atravessa o peito, o degelo dos meus olhos e as cinzas, um rio solitário que se entrega aos penhascos, abismos e crateras idealizadas pelo pavor e pela recusa e por todas as perdas cotidianas e infinitas

as últimas folhas de inverno

o inabitável deserto dos meus olhos contra a força esmagadora do mundo, um arco trêmulo envergado pelos sonhos de uma noite sem fim, perco um pouco de mim em cada coisa que pouso meu olhos, entrego aos deuses do inverno o desejo e a fúria da minha intimidade e então desapareço.