Carícias, transgressões & nudez

Observo
fascinado
teus
movimentos
sutis
no entre abrir
das pernas,
exatas
e angulares
como
o restante
do teu corpo
de sonho,
sinuoso
e intrépido
feito
curva
de rio.

O zíper
e o volume
marítimo
do mastro
suntuoso
que me
oferece,
transgressor
na semi-escuridão
dos becos
marginais
dessa cidade
distante
e sonolenta,
repousando
insegura
sob cobertores
cristãos
perpetuadores
da moral.

Convido
aquele Adônis
incandescente,
super-nova
aos mistrais
do corpo anônimo
contra a crueza
das paredes,
num labirinto
obsceno
de pêlos
e no mergulhar
de olhares
cínicos
e sedentos.

Provamos
o gosto
e as súplicas
um do outro,
vertemos
carícias urgentes
enquanto
ganíamos
pelo futuro
dos pares,
famintos
tateamos
a culpa
e o látex
para descobrirmos
suados
e nús
o verdadeiro
sorriso
na boca
do homem.

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