contos que contamos ao sol.

pousa a tarde, ao lado do
teu prédio. crianças correm
da horta ao portão.
um senhor me cumprimenta,
aceno distraído, vidrado
nos mistérios de o porquê
você não desce. aquela tua vizinha,
a do cachorrinho, disse que você saiu, apressado, de camisa amarrotada.
olho insone. o sol é um círculo
sob o mundo, pega fogo.
acendo um fumo ali na rua 5.
suave, enquanto a cidade avança
sobre os carros.
meu peito dói. caminho
às cegas por aquele bairro novo,
inclusive, nada de novo na floresta.
os animais ainda se devoram.
já são quase sete. nada de você,
apenas avenidas.
cães. ratos. tantas outras coisas
menos líricas que você. e álcool,
sempre tem o álcool né.
eu mesmo nem sei das coisas,
coisa alguma. apenas flutuo entre
as pessoas. prédios. casas.
visto minha cara. vadio,
incinero pontas. pontes. cruz.
desatando um nó. um rolo.

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