luminescência tempo.


tranço as tardes com
a mesma calma que
aqueles homens
dizem homenagens
ao santo burguês: tempo,
que se foi, dizem até que
fugiu, que evadiu pelas
pontas dos dedos em
uma serpente verde caolha
à destilar veneno e vapor
e recitar William Blake
com a mesma voz embargada
e soluço gemido que anjos
aprovariam. e talvez à tenham
aprovado mesmo, visto sua
adoração pelas máculas,
pelos pequenos equívocos,
fragmentos caóticos
mal-ordenados da juventude
estonteante de cada um.
cada qual o espelho que
espelha a luminescência
do risco de prata, das formas
ousadas esculpidas
pela graça de deus
nosso-senhor-tempo-amém
lapidadas na graça,
no testempero imprevisível
do diabo, deus-irmão
da escuridão dos homens,
de todos os homens
e de todas as suas
saudades.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dos amantes

descontinuado

Ensaio contra o Sol