Projétil Vermelho

Qual o bom em mim que te entrego, que me despeço, sem nem ao menos suscitar a viagem, a subida, os quilômetros de pele que nos separa, o obscuro caminho ante o deserto e a ponte, monumento aditivo daquelas águas largas que nascem do pranto, do canto cinza das aves-marinhas em manhãs opacas, do lamento puro das vozes às fissuras do crânio. Do fogo, eletricidade máxima e tensão. Inexplicável alegria nos nervos que te sustentam, ali de pé sob a chuva, um projétil balístico, eternos casos lançados pelo tempo.Tempestades inteiras suportadas pelo arrastar da roda ociosa dos dias. Um campo de batalha no fronte. Deus vermelho das chamas e do ardor sem-fim. Flecha certeira na noite, alvo e mira.

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