Outras Coisas e o Vento

Sente, sente o vento, ta sentido?
Uma brisa leve, rodopiando, desmanchando os caracóis dos teus cabelos castanhos, ou eram negros, ou eram simplesmente libertos pro mundo e pro diabo? O diabo, nosso famigerado amigo, íntimo em quase todas as noites de quinta. O vizinho que Deus nos apresentou. Em algum lugar azul. Sente, sente o vento, ta sentindo? Um clamor pelas coisas da tua terra, um tratado pelas maravilhas do espírito, um aceno sonâmbulo ás cinco da matina enquanto ninguém está vendo. Sente, sente o vento, ta sentindo? Um barulho perdido no hiperespaço do cosmos ao ventre de uma estrela-anã em ascensão, o caminho pontilhado dos astros, rei metafísico esculpido em dilemas de prata e luz, Órion perdido de amor, três vezes três em abençoado remorso, canção e reverência interminável.

No vento, um carinho meu
você pode sentir?

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