Descontínuo vendaval

Então será possível
que o tornado
passe
sobre tetos
tanto tempo
indulgentes,
enquanto
assobia
sua canção
fantasmagórica
entre cabelos
há muito envelhecidos
de mal tempo
e desamor?

Lança
sobre mim
o vendaval
das coisas efêmeras
e líquidas,
como a chuva
que inunda
a casa,
o olho,
o ombro
tantas vezes
atingido,
tantas vezes
retesado,
qual o arco
profano
irmão gêmeo
do trovão.

Aqui estou,
ó vórtice divino.
E tenho medo
e resisto.



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