flutuações sobre o espaço

um vórtice mágico
de luz,  apareceu no buraco
aberto, entre o teto e o sanitário,
cintilações azuis, roxas,
giroscópicas
me atingiram. deitado,
absorto em como as estrelas
pareciam querer dançar
através da ferida aberta no teto
do banheiro,
melodiosamente marcada
por um único fio fino
e prateado
que se desenrolava preguiçoso
sobre o oceano branco do
porcelanato.
eu me deixava ir através
das luzes, através
da fresta, através da gota,
uma fome me nascia. e crescia.
e crescia. e se esticava pelo meus
ombros, pelo meu peito, meu
estômago. minha pele,
fundida à voracidade da água,
molhava meus cabelos,
esparramados
à altura dos querubins espaciais
e dos tremores. um corpo iluminado
pela sombra de Saturno.

um buraco no mundo que estufa
e brilha.

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