Crônicas Amorosas

Eu, sozinho
que despenquei
aflito
do alto
do arranha-céu
dos teus
desejos
suspeitos,
queixosos
de inegáveis
crimes
vermelhos
e desamor.

Eu, que mendiguei
a terra
o pasto
o arado
brutal
dos teus
pequenos
anseios,
que me ofereci
calado
e nu
pelos desertos.

Eu, que supliquei
aos berros
por carícia
passageira,
pelo pão santo
do teu sexo
embevecido
de si mesmo,
gota-a-gota,
sem saliva,
sem ardor,
sem teu pau
um dia
amoroso.

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