Ensaio sobre a chuva

Há no outro,
no grande Outro,
algo de indesculpável.
indivisível de nós mesmos.
Como quando se cruza 
uma tempestade,
e subitamente
todos os ossos se sacodem.
Osso é íntimo,
intrínseco
(e só)
A pele formiga
se eriça
onde medem-se os traços
rabiscando rotas
nos pelos
planos,
fugas.
é função dos olhos
mareados
que
veem antes de tudo
o dever de revelar-se
Fragilizar-se para existir
O sol sai
(é sua natureza)
mas és tu,
todo feito de relâmpago
e ventania
sopro transatlântico
geométrico
geográfico
és tu o Outro
a desvelar-se só
ao mundo
(ao mundo todo
e ao vento)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dos amantes

descontinuado

Ensaio contra o Sol