Dos Amantes

Pedro, te amo.
amo-te, pois teu corpo é luminoso
e vivo. Secreto em ardências.
Porque caminha alheio e paralelo do mundo.
Do todo mundo.
Figura contorno ao vazio e o nomeia,
chama-o: belo, porque compreende
soturno teu caminhar e, de escuridão
meu revés.
Alice, te amo.
amo-te, pois não sendo tu Alice
nenhuma outra o seria.
Porque és possuidora de forças tantas
e fragilidades muitas.
Será Alice o inverso de Roma?
Será felicidade, medida exata entre teus
todos olhos à boca?
Amo-te Pedro, pois és forte e audaz.
Onde, sendo sempre leão, fingi-se cordeiro.
Amo-te pequena Alice, e reconheço em ti tuas ranhuras.
Porque teces contos, mas não te moves.
E pensando amor, só haverá Pedro à tua poesia.
Deita-te luminoso Pedro.
Prova-me o gosto.
Deita-te curiosa Alice
Move-te para dentro. Para o bem mais
Sendo a noite reduto dos amantes
e a lua, guardiã de todos os pudores
morre-se à luz
apaga-se o mundo inteiro.

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